Fundação
João Fernandes da Cunha
conheça aBiblioteca João Fernandes da Cunha
venha nos visitarFundação João Fernandes da Cunha
Imagens de peças de cerâmicas de negras e negros escravizados à venda, em uma loja que fica no aeroporto de Salvador, causaram indignação nas redes sociais nesta segunda-feira (7). As imagens foram publicadas pelo historiador carioca Paulo Cruz, que havia visitado a capital baiana e estava no aeroporto para viajar para o Rio de Janeiro, onde mora.
A "mercadoria" causou indignação do turista, e de muitas pessoas nas redes sociais. Segundo Paulo, a imagem foi feita no final da tarde de domingo (6), no estabelecimento.
"Foi um choque tremendo né? Em primeiro lugar porque eu acho que é um tipo de coisa que não deve se comercializar em lugar nenhum, muito menos uma cidade como Salvador, principalmente depois da experiência que eu tive, vendo a vivência das pessoas pretas, dos movimentos e tudo mais", disse o historiador ao g1. A família materna de Paulo é de Salvador.
"Foi realmente muito chocante. Primeiro a sensação foi de choque e depois de indignação".
As peças, em alusão ao sistema escravocrata que durou até 1888 no Brasil, mostram mulheres e homens acorrentados pelas mãos. Vendidos como "obra de arte", as cerâmicas estavam na prateleira principal da loja, com uma etiqueta: "Escravos de cerâmica - R$ 99,90, a unidade".
"A imagem estava na prateleira central da loja, que fica de frente para o corredor onde passa as pessoas, estava identificada o nome 'escravos' e o preço embaixo. Além do tremendo mau gosto, uma questão nitidamente racista, porque é de mau gosto você colocar uma obra identificada como 'escravos' e com preço", contou Paulo Cruz.
A repercussão ganhou força depois que o ativista Antônio Isupério, com mais de 83 mil seguidores nas redes sociais, compartilhou a revolta do historiador e criticou a venda nas redes sociais.
"Você imagina que poderia ter um boneco de crianças judias em 'forninhos' para serem vendidas como adereços? Então, isso não acontece porque o repúdio à violência do Nazismo já está em domínio público, enquanto nós n*gros ainda estamos em processo de conquista da nossa humanidade", disse Antônio Isupério.
Após a repercussão nas redes sociais, a loja Hangard das Artes publicou uma nota de retratação onde justifica a venda da cerâmica e pede desculpas as pessoas que se sentiram feridas e menosprezadas.
Novo livro do acadêmico Guilherme Radel aborda o artesanato na Bahia
Ministério divulga lista suja do trabalho escravo
Salário mínimo tem menor reajuste em 24 anos e passa para R$ 954 em 2018
Alimentação saudável diminui até 20% das chances de câncer; confira receitas
Índice do medo do desemprego no País chega a um dos maiores níveis desde 1996